domingo, 14 de março de 2010

VOCÊS JÁ SE ESQUECERAM DO HAITI?

Para aqueles que já se esqueceram da tragédia, segue abaixo um texto atualizado sobre a situação.
Abraços
Prof. Geferson

Haiti



País busca a normalidade mas predominam as sequelas do terremoto


Porto Príncipe (PL) Dois meses após o terremoto que destruiu esta capital e outras cidades próximas, o Haiti tenta regressar pouco a pouco à normalidade, mas passarão anos até que tudo volte a ser como antes daquela tarde fatídica do dia 12 de janeiro.
Convencidos de que a vida deve continuar, os haitianos se agarram a cada manhã a seus trabalhos habituais, sem esquecer que o terremoto levou para sempre 230 mil pessoas e deixou mais de 300 mil feridos e mais de um milhão sem teto.
Uns abrem a cada manhã seus habituais postos de venda de frutas, comidas, ervas ou comidas rápidas, enquanto outros vagam pela cidade destruída em busca de um emprego com o qual possam ganhar o dinheiro necessário para sustentar a família, ou a eles próprios.
Alguns voltam a obstinar-se com seus telefones móveis, mas a maioria os esqueceu para sempre, conscientes de que há coisas bem mais importantes por resolver, entre elas uma coberta com a qual se proteger durante a temporada de chuvas, quase iminente.

Por agora, através da ajuda internacional, milhares de famílias receberam barracas de campanha para se proteger, mas ainda não satisfaz a imensa demanda e muitos homens e mulheres perambulam pela cidade em busca de madeira, latão ou nylon com o qual se possa levantar um teto ocasional, ainda que demasiado frágil.

Quase todos os parques da capital, os estádios de futebol ou de qualquer outro esporte estão abarrotados de pessoas, as quais vivem em situações muito precárias, quase sempre sem água, eletricidade ou um sistema sanitário que garanta a não proliferação das epidemias.

No entanto, mais que as chuvas, aos haitianos comuns, e também às autoridades, lhes preocupa a chegada da temporada ciclônica, que começa no dia 1 de junho, porque em nenhum dos assentamentos ocasionais existem condições para resistir à força dos ventos de um furacão.

Há alguns dias atrás, o representante especial da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, Edmond Mulet, advertiu que apesar dos esforços da comunidade internacional, milhares de haitianos ficarão desprotegidos durante a próxima temporada ciclônica.

"Não seremos capazes de prover moradias sólidas e estáveis, há que o reconhecer, nem um teto seguro para todos os haitianos que o precisam", comentou Mulet, chefe da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (MINUSTAH).

Até agora, no Haiti foram entregues 200 mil barracas de campanha e a cifra pode chegar a 240 mil em alguns dias, mas esses refúgios serão demasiado frágeis para resistir aos ciclones tropicais.

O servidor público da ONU tem consciência de que poderão suportar a chuva, mas não os fortes ventos que arrastam as precipitações, uma das causas pelas quais começarão a edificação de estruturas de metal no meio dos campos de refugiados, mas sem especificar se cada um dos mais de 900 acampamentos contarão com as mesmas.

Por outra parte, o curso escolar não tem data fixa de reinício e ainda que em a princípio se estabeleceu o mês de abril para o começo das atividades docentes, em Porto Príncipe será quase impossível porque a maioria das escolas foram destruídas e outras sofreram danos demasiado severos.

No momento, as crianças também fazem parte do exército de perambulantes que permanecem na rua da manhã até a noite, e até o ministro de Educação, Joel Derosiers, reconhece que será difícil os devolver às aulas, quando as condições mínimas forem criadas.

Alguns, os maiores, se dedicam junto aos alguns adultos a extrair o aço do concreto, um dos trabalhos habituais para os haitianos nestes dias, nos quais o trabalho escasseia.

A realidade: dois meses depois, Porto Príncipe exibe ainda um terrível panorama, com milhares de construções metade destruídas ou a ponto de rodar pelas ladeiras das montanhas e outras a espera de alguém que se encarregue de as converter em escombros.

Entre essas edificações contam-se algumas das mais importantes do país, como o Palácio Nacional, destruído pelo terremoto e ainda pendente de que alguém determine o que se fará com ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário