domingo, 29 de novembro de 2009

Reflexão Momentânea


"Que tipo de problema ou perturbação poderia vencer este olhar?
Seria possível ao mais insensível dos homens resistir a esse flerte?"

Abraços emocionados
Prof. Geferson

sábado, 28 de novembro de 2009

A Revolução Universitária de Córdoba

A revolução universitária de Córdoba ocorrida no início do século XX foi um dos acontecimentos mais importantes até hoje registrado no meio universitário. Os estudantes pegaram em armas contra as amarras do ensino de medicina que se realizava até entao na universidade, tornando-o mais acessível e mais humanizado. Os ecos de tal revolução chegaram até o México contribuindo intensamente para a adoção de uma nova linha no ensino na América Latina.
Segue abaixo um trecho do manifesto proferido pelos estudantes:

Da juventude argentina de Córdoba de 1918

Homens de uma República Livre, rompemos o último grilhão que, ao início do século 20, nos atava o pensamento. Não imaginem que isto tenha sido fácil para nós, jovens acostumados à dominação monárquica e monástica. Foi preciso falar mais alto e expressar em palavras e atos a vocação revolucionária da reforma.
Resolvemos chamar todas as coisas pelos nomes que têm. Córdoba se redimiu. A partir de então contamos para o país com uma vergonha a menos e uma liberdade a mais.
As dores que ficaram foram liberdades que faltaram. Acreditamos que não erramos, as ressonâncias do coração nos advertiram: estávamos pisando sobre uma revolução, estávamos vivendo uma hora americana.
A rebeldia que nos animava estalou em Córdoba e foi violenta porque os tiranos tinham muita soberba e era necessário apagar para sempre a lembrança dos contra-revolucionários de então.
As universidades haviam sido até então o refúgio secular dos medíocres, a renda dos ignorantes, a hospitalização segura dos inválidos e –o que é ainda pior– o lugar onde todas as formas de tirania e insensibilidade acharam a cátedra que as ditasse. As universidades chegaram a ser assim, fiel reflexo de sociedades decadentes que se empenhavam em oferecer o triste espetáculo de uma imobilidade senil.

sábado, 21 de novembro de 2009

Teste de Personalidade

Olá, pessoal.

Fiz este teste e achei muito legal. Tem base científica, apesar de o resultado ser meio complexo, ou seja, meio complicado para decifrar. No entanto, com um pouco de concentração é possível entendê-lo. Vale a pena!
Segue o link: http://super.abril.com.br/multimidia/info_503387.shtml
Abraços
Prof. Geferson

Será que o Brasil teria sido descoberto pelos CHINESES?

A Armada do Dragão

No início do século 15, a China era, de longe, a nação mais avançada da Terra: seus exércitos já empunhavam armas de fogo quando ingleses, portugueses e espanhóis ainda se espetavam com lanças e flechas. E o maior contraste entre o avanço da China e o atraso europeu estava na engenharia naval. Por volta de 1400, Zhong Di, o imperador que levou a dinastia Ming ao seu auge econômico, construiu uma frota de 300 ba chuan ou “navios de tesouro” - monstros náuticos com 150 metros de comprimento. Relatos da época dizem que, ao serem lançados ao mar, os navios colossais pareciam uma cidade flutuante. Eram, sem dúvida, as maiores e mais mortíferas embarcações já feitas pelo homem até então.
A armada fantástica fez várias viagens pelo oceano Índico, entre 1400 e 1430. A mais famosa partiu de Nanquim no dia 3 de março de 1421, sob o comando do bravo almirante Zheng He, chinês de família muçulmana e eunuco (todos os servos pessoais do imperador eram castrados, para evitar possíveis puladas na cerca do harém imperial…). Os relatos oficiais dizem que o capitão eunuco navegou pela costa da África e deu meia volta nas proximidades da Tanzânia, no leste do continente. Isso não é pouco: o percurso, de 16 mil quilômetros, é praticamente o dobro da distância entre Brasil e Portugal. Mas, desde 2002, quando lançou 1421, Gavin Menzies vem divulgando a teoria de que a armada de Zheng He seguiu adiante e contornou o cabo da Boa Esperança, 60 anos antes que Bartolomeu Dias fizesse o mesmo no sentido contrário. Dali, os chineses teriam se lançado à descoberta do Novo Mundo.
Contornar o cabo não seria um desafio tão grande para o ba chuan. A travessia ali é muito mais uma questão de força do que de jeito - não basta ser um grande navegador, mas é preciso ter uma embarcação capaz de suportar a força dos ventos e das ondas nas “tormentas”. A partir dali, a jornada seria facilitada graças àcorrente de Bengala, que sobe pela costa da África, começando no cabo da Boa Esperança. “O navegante que chegasse ao cabo, vindo do leste, seria levado pela corrente para o norte por 4 800 quilômetros” escreve Menzies. Nessa altura, o navio pegaria carona em outra corrente marítima - a Sul-Equatorial, que faz uma curva para o oeste e desemboca exatamente no norte do Brasil. Menzies calcula que a armada chinesa tenha passado pelo litoral do Maranhão ou de Pernambuco em setembro de 1421. Não há como saber se houve desembarque, mas Menzies aposta que os chineses toparam com os índios brasileiros e inclusive ficaram bem íntimos das índias: pesquisas feitas por geneticistas americanos no ano 2000 encontraram semelhannças entre genes chineses e de tribos do Mato Grosso do Sul. Além disso, sabe-se que tribos da bacia Amazônica sofrem de uma doença chamada chimbere, que causa marcas concêntricas na pele, parecidas com tatuagens. A doença só ataca pessoas com predisposição genética, é passada de pai para filho, e o único lugar onde a situação se repete é o leste da Ásia - lá, a enfermidade se chama tokelau. “O chimbere sul-americano e o tokelau asiático são provas de que houve contato entre as regiões antes da chegada dos europeus”, escreveu o geógrafo francês Max Sorre em A Luta Contra o Meio, ensaio científico publicado em 1967 - bem antes de Menzies começar suas pesquisas.
Depois de espalhar seus genes pelo Brasil, os chineses teriam entrado no Pacífico pelo sul da Argentina. Dali, foi só fazer a volta ao mundo e correr para o abraço. De lambuja, bem no finzinho da viagem, Menzies acredita que eles desembarcaram na Austrália. Em 1965, exploradores desenterraram um enorme leme de navio, com cerca de 12 metros da altura, no estado australiano de Nova Gales do Sul. “Somente um ba chuan teria um leme tão grande”, escreve Menzies, que também aposta no encontro entre os descobridores chineses e os nativos da Oceania. Tanto os aborígenes da Austrália quanto os maoris, povo que vive na Nova Zelândia, contam lendas sobre um grupo de navegantes, “vestidos em longas túnicas”, que teria desembarcado em suas terras antes dos europeus (por sinal, há relatos chineses sugerindo que a Austrália já tinha sido descoberta até antes de 1421, como você pode ver no quadro da página 62).
Mas, se tudo isso aconteceu, então por que Brasil e Austrália não falam mandarim e por que não comemos nossos pratos com a ajuda de pauzinhos? A resposta está no amargo regresso de Zheng He à China em 1423. Zhong Di, patrono das navegações, fora derrubado por uma rebelião - e o novo soberano decidiu que conquistar o mundo estava onerando os cofres imperiais. A marinha chinesa foi praticamente desativada e a maior parte dos documentos relativos à viagem de Zheng He foram queimados pelos censores do novo imperador, que queria desestimular extravagâncias futuras apagando os vestígios das passadas. A China desistiu de conhecer o mundo e decidiu se voltar para dentro, transformando a figura de Zheng He num tabu nacional, representante das tendências expansionistas e contrárias à idéia confuciana de que a China tinha de ficar fechada à influência dos “bárbaros”. Abandonadas ao léu, as colônias chinesas no Novo Mundo definharam, e sua memória se perdeu. Pelo menos até agora…

Retirado de: http://super.abril.com.br/super2/home/

Abraços
Prof. Geferson

Texto da aluna Gabriella Perez

Olá, amigos.
Sempre recebo ótimos textos produzidos por vocês alunos e agora estou tomando a liberdade de publicá-los em meu Blog, sempre respeitando a autoria de cada um deles, é claro. Este texto é da aluna Grabriella Perez do 2º ano do Colégio SESI. Desfrutem!!!

Uma só mão não conduz navegações a territórios desconhecidos e descobre uma nova civilização; mãos que trabalham juntas miscigenam culturas e constroem novas raças.

Uma só cabeça não desenvolve teorias mirabolantes sobre a origem da vida ou sequer emenda números e letras numa sintonia perfeita para resolução de simples problemas; cabeças que trabalham juntas transpõem barreiras inimagináveis e curam deficiências produzidas por cabeças egoístas – malditas cabeças que só pensam por si.

Um único homem não seca a água dos oceanos e extingue toda uma espécie de animais e desmata quilômetros de matas e florestas e vida.

Um único homem não conseguirá reparar os danos de toda uma sociedade que enxerga preto, sujo, podre.

Mas um único homem, unindo-se a outros únicos homens, a outras cabeças sozinhas e a outras mãos egoístas, podem devolver à vida seu verdadeiro sentido.

Abraços
Prof. Geferson

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Eric Hobsbawn fala sobre os 20 anos da queda do Muro de Berlim

Olá, amigos.
Como prof. de História não poderia deixar passar em branco a lembrança da queda do Muro de Berlim. Por isso, ao invés de fazer meus comentários habituais, optei por transcrever um trecho da entrevista do maior historiador do mundo, o inglês Eric Hobsbawn. Deliciem-se!!!!!

FOLHA - Passados 20 anos, qual é o legado político e econômico da queda do Muro de Berlim?


ERIC HOBSBAWM - O legado econômico é certamente menos dramático do que o político. Economicamente, significou a destruição do que restara de um sistema socialista planejado na União Soviética e na Europa do leste -que já estava em declínio- e a integração da antiga região socialista à economia capitalista global.

Isso levou a um colapso social e econômico na ex-União Soviética, embora, posteriormente, a Rússia e algumas ex-repúblicas soviéticas tenham visto alguma recuperação, baseada nos altos preços da energia e dos insumos industriais.

Com algumas exceções, a região provavelmente permanece, em termos relativos, mais atrás do Ocidente do que estava antes da queda do muro. Ela desenvolveu um nível chocante de desigualdade econômica.

Os efeitos políticos, por sua vez, têm sido enormes. Eles reduziram a Rússia de superpotência a um Estado não maior do que era no século 17.

Além disso, a União Europeia saltou de 15 para 27 Estados, e foi criada uma Alemanha unificada no coração do bloco.

Também foi reintroduzida a guerra [conflito nos Bálcãs nos anos 90] e a instabilidade política na Europa, após o colapso do único Estado comunista, a Iugoslávia. Isso acabou por tornar os Bálcãs mais "balcanizados" do que antes.

Outro efeito da queda do muro foi a destruição de um sistema internacional estável.

Isso porque se atribuiu aos EUA a ilusão de que poderiam, como única superpotência global, exercer sua hegemonia no mundo todo -o que acabou por transformar o mundo no lugar perigoso de hoje em dia.



FOLHA - Berlim não se tornou uma das principais capitais europeias, como se previa 20 anos atrás, e a Alemanha, embora rica, foi há pouco superada economicamente pela China. Nesse sentido, a queda do muro foi um fracasso?

HOBSBAWM - Berlim não se tornou uma grande capital europeia porque a reunificação política das Alemanhas Ocidental e Oriental não teve como recriar um país genuinamente unido.

A antiga Alemanha Oriental -embora seus habitantes estejam hoje muito melhor do que estavam antes de 1989- perdeu sua base econômica para a Alemanha Ocidental. Além disso, apresenta índices de desemprego elevados e continua a perder sua população para a antiga Alemanha Ocidental.

Berlim tem muito poucos habitantes para uma cidade com sua importância histórica.

Para quem a visita, ela parece uma pessoa encolhida usando um sobretudo grande demais para seu peso atual. Culturalmente, nunca reconquistou a posição que detinha entre 1871 [quando o Império Germânico inaugurou o Segundo Reich] e a ascensão de Hitler [em 1933].

Isso não quer dizer que a Alemanha como um todo esteja em declínio. Ela, por exemplo, não pode ser comparada com a China (80 milhões de habitantes contra 1,3 bilhão). Mesmo com um PIB maior do que o da Alemanha, a China é muito menos desenvolvida, muito mais pobre e menos capaz em áreas como tecnologia de ponta.

Se há perigos futuros para a Alemanha como potência econômica, eles nascem da relativa lentidão do desenvolvimento econômico da UE.



FOLHA - A queda do muro representou o colapso do pensamento de esquerda?

HOBSBAWM - Ela simbolizou, mas não foi a causa, da crise do pensamento de esquerda, que já vinha desde os anos 1970.

Estritamente falando, ela apenas demoliu a crença de que o socialismo de corte soviético (economia planificada comandada por um Estado centralizador que eliminou o mercado e a iniciativa privada) era uma forma factível de socialismo.

Na verdade, como foi a única tentativa de realizar o socialismo na prática, seu fracasso desencorajou os socialistas como um todo -embora a maior parte deles tenha sido crítica do sistema soviético.

Entretanto as raízes da crise da esquerda retrocedem ainda mais. Ela ainda não chegou ao fim, mas o colapso do capitalismo financeiro global em 2008-9 -que foi uma espécie de queda do Muro de Berlim para a ideologia neoliberal- oferece uma chance de reabrir as perspectivas para a esquerda. Mas, espera-se, em uma base mais realista do que no passado.



Fonte: Folha de São Paulo

terça-feira, 10 de novembro de 2009

VESTIBULAR

Olá, caros alunos.

Venho desejar ótimos resultados a todos vocês nos vestibulares que se iniciam neste mês de Novembro e que vão adentrar o meses de Dezembro e Janeiro. Estejam calmos e não se intimidem com camisetas, faixas e aquele pessoal que fica fazendo pressão. Concentrem-se e façam uma prova coesa com uma redação bem caprichada (foi minha redação que me colocou na Faculdade).

Coloco-me à disposição de todos para quaisquer dúvidas e dicas.

Abraços

Prof. Geferson

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A FORÇA DAS PALAVRAS


Eduardo Galeano: a linguagem, as coisas e seus nomes

O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado;
O imperialismo se chama globalização;
As vítimas do imperialismo se chamam países em via de desenvolvimento, que é como chamar de meninos aos anões;
O oportunismo se chama pragmatismo;
A traição se chama realismo;
Os pobres se chamam carentes, ou carenciados, ou pessoas de escassos recursos;
A expulsão dos meninos pobres do sistema educativo é conhecida pelo nome de deserção escolar;
O direito do patrão de despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral;
A linguagem oficial reconhece os direitos das mulheres entre os direitos das minorias, como se a metade masculina da humanidade fosse a maioria;
em lugar de ditadura militar, se diz processo.
As torturas são chamadas de constrangimentos ilegais ou também pressões físicas e psicológicas;
Quando os ladrões são de boa família, não são ladrões, são cleoptomaníacos;
O saque dos fundos públicos pelos políticos corruptos atende ao nome de enriquecimento ilícito;
Chamam-se acidentes os crimes cometidos pelos motoristas de automóveis;
Em vez de cego, se diz deficiente visual;
Um negro é um homem de cor;
Onde se diz longa e penosa enfermidade, deve-se ler câncer ou AIDS;
Mal súbito significa infarto;
Nunca se diz morte, mas desaparecimento físico;
Tampouco são mortos os seres humanos aniquilados nas operações militares: os mortos em batalha são baixas e os civis, que nada têm a ver com o peixe e sempre pagam o pato, danos colaterais;
Em 1995, quando das explosões nucleares da França no Pacífico Sul, o embaixador francês na Nova Zelândia declarou: “Não gosto da palavra bomba. Não são bombas. São artefatos que explodem”;
Chama-se Conviver alguns dos bandos assassinos da Colômbia, que agem sob proteção militar;
Dignidade era o nome de um dos campos de concentração da ditadura chilena e Liberdade o maior presídio da ditadura uruguaia;
Chama-se Paz e Justiça o grupo militar que, em 1997, matou pelas costas quarenta e cinco camponeses, quase todos mulheres e crianças, que rezavam numa igreja do povoado de Acteal, em Chiapas.

(Do livro De pernas pro ar, editora L&PM)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Um pouquinho de Paulo Leminsk

I.

ver
é dor
ouvir
é dor
ter
é dor
perder
é dor
só doer
não é dor
delícia
de experimentador
 
 

II.
isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

III.

um texto morcego
se guia por ecos
um texto texto cego
um eco anti anti anti antigo
um grito na parede rede rede
volta verde verde verde
com mim com com consigo
ouvir é ver se se se se se

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Barack Obama - Prêmio Nobel Precoce?

Espera-se muito do Obama. Tem-se avaliado positivamente muitas de suas atitudes. No entanto faz-se necessário analisar a possível precocidade do prêmio Nobel da Paz entregue a ele em setembro. Por enquanto ele ainda não desativou Guantánamo, não retirou o bloqueio contra Cuba, não retirou as tropas do Iraque, não nacionalizou a saúde nos EUA e ainda por cima... aumentou o efetivo militar no Afeganistão. Os fatos são implacáveis e falam por si só. Parabéns a sociedade norte-americana pelo show de democracia e por ter deixado o mundo boquiaberto ao eleger um presidente negro. Sua eleição não foi precoce, pois foi resultado de anos de lutas étnicas simbolizadas por Martin Luther King, pelos Panteras Negras (este último um grupo mais radical), porém a precocidade de seu prêmio Nobel deve ser levada em consideração!

Abraços

Prof. Geferson